The Mind's Eye

Martha Estima Scodro • 25/04/2020 • 1
"Em um mundo que está se curvando sob o peso da obtenção de lucro, que é dominado pelas sirenes destrutivas da Tecnociência e pela fome de poder da globalização“, essa nova marca de escravidão é para além de tudo isto, a Amizade existe, o Amor existe."  Henri Cartier-Bresson, 1998.

Cartier-Bresson dispensa apresentações.

Este pequeno livro, se comparado com sua obra e tudo o que se escreveu dele, é sutil, leve, e faz a gente se sentir conversando com um amigo. Um amigo que fala do seu trabalho, do trabalho dos outros amigos, da vida, do tempo, do espaço, da luz.

Ah, sim, fala de fotografia, no sentido grego da palavra phosgraphein, que significa literalmente "marcar a luz", "registrar a luz" ou "desenhar na luz", e eu acrescentaria: escrever através da luz.

Comprado na Tate Modern, na exposição de fotos da coleção particular do Elton John, não são­ de l¡ enquanto não terminei o livro.

 

Um pouco de cada capí­tulo para dar vontade de ler mais.

The Camera as Sketchbook:

"My passion has never been photography 'in it self', but for the possibility, 'through forgetting yourself' of recording in a fraction of a second the emotion of the subject, and the beauty of the form; that is, a geometry awakened by what's offered.

The photographic shot is one of my sketchpads."

Em tradução livre: "Minha paixão nunca foi a fotografia 'em si mesma', mas a possibilidade – pelo fato de esquecermos de nós mesmos - de gravar em uma fração de segundo a emoção do sujeito e a beleza da forma; é isto, a geometria despertada pelo que é oferecido.

A foto é um dos meus blocos de desenho."

Time and Place:

“In photography, creation is a quicky business – an instant, a gush, a response – putting the camera up to the eye´s line of fire, snatching with that economical little box whatever it was that surprised you, catching it in midair, without tricks, without letting it get away. You make a painting at the same time that you take a photo.”

Em tradução livre: “Na fotografia, a criação é um negócio rápido - um instante, um jorro, uma resposta - colocando a câmera na linha de fogo dos olhos, agarrado com aquela caixinha econômica o que quer que tenha surpreendido você, pegando no ar, sem truques, sem deixar escapar. Você faz uma pintura ao mesmo tempo em que tira uma foto.

On Photographers and Friends:

Alberto Giacometti, Robert Doisneau, André Kert´sz, Jean renoir, são alguns amigos aqui citados, escolhi Romeo Martinez, crítico de arte espanhol, radicado na França criador da Revista Camera, uma bíblia da fotografia. Sobre a fotografia, “a fotografia criou uma nova visão de mundo, além de um modo novo de conceber e pensar o mundo.”

Bresson sobre ele:

“Romeo Martinez is, in my humble opinion, the father confessor to a number of photographers who come to him to beg for absolution. His own great sin is never to have asked what the alms are for this parish that he has brought to photography. He knows more about each of us than we ourselves do.”

Em tradução livre: Romeo Martinez é, na minha humilde opinião, o padre confessor de vários fotógrafos que o procuram para pedir absolvição. Seu grande pecado é nunca perguntar o que significam as esmolas que este paroquiano trouxe para a fotografia. Ele sabe mais sobre cada um de nós do que nós mesmos.

Música: Jardin d'hiver, Henri Salvador

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=gFkUVik35U8

                   

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